
Ex-mulher do médico, Maria Tereza Paiva e filha Teresa Oliveira (Foto: Teresa Oliveira/Arquivo Pessoal)
Andréa Tavares/G1 RN
Um
crime que aconteceu há quase três décadas e que somente agora, nesta
terça-feira (13), deve chegar a um desfecho. O caso em questão é o julgamento
do comerciante Evaristo Mesquita de Figueiredo, acusado de matar a tiros o
próprio primo, o médico Gentil Paiva. O crime aconteceu no dia 25 de maio de
1989 em Alexandria, cidade da região Oeste potiguar. "A justiça tarda, mas
não falha", disse Teresa Oliveira, filha do médico.
O
júri popular de Evaristo foi à revelia, já que na época estava foragido. Na
ocasião, ele acabou condenado a 17 anos e três meses de prisão em regime
fechado. Encontrado e preso dois anos depois na cidade de
Aracruz, no Espírito Santo, ele agora sentará no banco dos réus pela
primeira vez.. O comerciante aguarda o júri em regime semiaberto no Complexo
Penal João Chaves, na Grande Natal.
O
julgamento do acusado até chegou a acontecer, em dezembro de 2011, mas foi
anulado pelo Tribunal de Justça por um erro na votação. Advogado da família,
Félix Araújo explica que as qualificadoras enumeradas pelo Ministério Público -
motivo fútil e emboscada - não foram levadas em consideração. "Evaristo não
pegou nenhuma qualificadora. O juri votou errado, deu uma confusão na hora”,
explicou.
"O
Tribunal entendeu que o júri foi equivocado em 2011, por não adicionar as
qualificadoras. Agora, é esperar para ver se aceitam ou não as
qualificadoras", explica Félix. A expectativa do advogado é que a pena,
acrescida dos agravantes, chegue até 30 anos.
Segundo
a denúncia feita pelo MP, Evaristo não agiu sozinho. Também participou do crime
Wildenberg Fernandes de Oliveira, igualmente condenado pela morte de Gentil. No
caso dele, denunciado por homicídio simples. Ele até hoje é procurado pela
polícia.
Local
do crime, uma oficina na cidade de Alexandria (Foto: Teresa Oliveira/Arquivo
Pessoal)O médico Gentil Oliveira era vice-presidente do diretório municipal do
PMDB em Alexandria quando foi assassinado em
maio de 1989. Tinha destaque na sua atuação como médico e foi diretor do
hospital da cidade, o Joaquina Queiroz. Gentil havia se candidatado a prefeito
em 1988, mas perdera a eleição.
Um novo júri
Comparsa
Em
carta aberta, os filhos do médico falam sobre a expectativa com o julgamento
"Não haverá o que comemorar, nosso pai continua morto, um homicídio fecha
muito mais do que uma porta", escrevem. Segundo Teresa Oliveira, filha do
médico, as motivações do crime não são claras, mas seriam rixas familiares e
questões políticas.

O crime
No
dia 25 de maio de 1989, o médico foi executado. Ele estava na oficina mecânica
de um amigo, jogando baralho, quando dois homens invadiram o local e dispararam
12 vezes contra a vítima. Os homens eram seus primos: Wildenberg Fernandes de
Oliveira e Evaristo Mesquita de Figueiredo.
A
vítima foi transferida para o hospital em Pau dos Ferros e posteriormente para a
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital Walfredo Gurgel, em Natal. No dia 28, Gentil teve complicações
renais que forçaram a sua transferência para Recife. No mesmo dia, não resistiu
à gravidade dos problemas causados pelos disparos que o atingiram e morreu aos
45 anos de idade. G1RN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário